Os Sonhos de Jessica

07/01/2018

Um conto erótico de Bob Devasso sobre uma relação de assédio imaginária, a partir de uma história real.

Passava a noite sentada a minha frente, olhos colados da tela do computador.

Sua chegada era esperada por mim com grande ansiedade. Tudo fazia para agradá-la, e ter sua companhia em meus momentos de solidão era gostoso. Sua presença, me fazendo companhia aquela hora, enquanto fechava o movimento dos negócios dos dia, tornava tudo mais alegre e divertido, fazendo-me esquecer dos problemas que se acumulavam.

Os negócios da meio escola, meio 'lan house' não iam nada bem. Todos os cursos eram de graça e a verba da Prefeitura não era paga havia quase um ano, e tirando ela, que nada pagava por ser uma das monitoras do "projeto de inclusão digital", um ou outro frequentava o lugar durante o dia, ao preço de R$ 1,00 a hora de acesso, o que mal dava para fazer a manutenção. 

Às vezes, quando não chegava cansada, direto da escola, depois de sair do seu curso noturno, vinha de casa, cabelo molhado recém saído do banho envolto em perfumes carregados do cheiro do sabor do néctar da Avon. 

Seu olhar era certeiro e atento, e quando sorria, sorria um sorriso alegre e impenetrável, cheio de um ar de mistério, que escondia aquilo que se passava em sua cabeça de menina.

Enfim, para os seus dezenove anos de vida era considerada pelos garotos da comunidade como uma novinha decente, doce ninfeta que nada sabia da vida e das coisas que o amor proporciona a uma mulher.

Certo dia, como sempre fazia, depois de horas a fio com as mãos no mouse e no teclado escrevendo mensagens, compondo histórias e comentários saídos da imaginação de uma garota da sua idade, deu boa noite e se foi, deixando um rastro daquele que seria seu erro, deslize que me permitiria aprofundar o conhecimento por um lado da sua personalidade, lado que seu recato sabiamente escondia.

Como em todos os dias em que vinha até aqui à noite para usar o computador, era minha vez de sentar naquela cadeira e acessar a rede logo após sua saída, sem nenhum direito de compartilhar sua privacidade, bisbilhotando páginas e site que ambos tínhamos acesso, mas que as suas deixava fechadas, trancadas em senhas que só ela sabia.

Por todo aquele tempo em que frequentou o projeto, nunca tive a curiosidade de saber nada do que fazia e do que deixava de fazer, embora achasse que o que fizesse naqueles momentos que passava navegando, horas sentadas em silêncio diante da tela de cristal, fosse um pouco da minha responsabilidade, por medo de um vírus ou de algum ataque cibernético.

Diante do meu mundo virtual movido a sofisticados pensamentos e achados, os seus eram simples lampejos atravessados por um ritmo jovem que ela gostava de curtir com seu fone de ouvido, me fazendo ficar bem longe da sua realidade. 

Não fosse por um erro que cometeu, erro que acomete curiosos da internet que tudo querem saber e ver, nossas realidades não teriam se cruzado, e essa fissura impressionante, essa vontade de querer estar o tempo todo com ela, conhecendo um pouco mais da sua intimidade, não teria se instalado em mim.

Deixe-me contar como foi esse erro. Logo que sentei na cadeira, ainda quente pelo calor do seu corpo, vi que no rodapé da tela do computador havia um link desconhecido, que tive o impulso de abrir e acessar.

O link dava caminho a um site pornô, cheio daquelas sacanagens que os adultos gostam de fazer e de viver acompanhados, ou a sós.

Em particular levava a um vídeo de uma personagem fatal, tal como ela sem pecados, ingênua e doce, mas cheia dos desejos que atormentam toda jovem. Seu nome Jessica, uma garota perseguida por sonhos de prazer e fantasiosas luxúrias.

Foi a senha para que me concentrasse definitivamente nela, começando a fuçar suas fotos de perfil com meu olhar sacana, observando cada parte do seu corpo quando em minha presença, deixando fluir todo o desejo que havia guardado da minha última separação, toda a vontade de me interessar novamente por alguém. 

Cheio de tesão comecei a sonhar novamente, e a dar tudo de mim para penetrar em seu mundo de mistérios, principalmente naquilo que ela fazia sem demonstrar, cada mínimo detalhe da sua vida, que me fariam compor inúmeras fantasias sobre sua vida privada, cada ação sua sozinha em seu quarto, suas noites insone, seus banhos, e a pensar nos momentos em que suas mãos percorriam seu corpo em silêncio, acariciando seu grelinho ardente, numa masturbação sem fim que a levaria a um gozo pleno de satisfação, a um mundo desconhecido de prazer, desses que a gente tem quando se quer ser feliz, querendo estar ao lado de alguém que fosse só seu.

E em cada vinda sua ao meu negócio avolumavam-se mais e mais desejos, crescia a vontade de fazê-la minha, desejo de dar-lhe aquele mesmo gozo e prazer que desfrutava só.

Minha intenção, meu sentimento era que fervilhasse dentro dela uma paixão estonteante, sem nenhum envolvimento, apenas querendo minhas mãos, minha boca, meu pênis ereto por entre suas pernas, os dois nus numa cama, corpos colados numa aula de sexo, com ela aprendendo as sacanagens e os prazeres que eu tinha desfrutado com outras mulheres, e que ela só conhecia através dos vídeos que assistia.

Mas como fazer, como me aproximar, como vencer o respeito que nos fazia amigos, num sentimento de quase parentes, tio e sobrinha distantes do pecado?

Foi quando se fez ouvir mais uma vez a sua voz na calçada da entrada da casa que abrigava o projeto, chamando-me mais uma vez para deixá-la acessar graciosamente meu computador pessoal, já que naquele horário todos os outros já estavam desligados, gesto que a levaria a percorrer novamente seu universo de sonhos virtuais.

Já tomado pela força daquele incontido desejo, e despertado pelo quase sussurro da sua voz manhosa, virei à chave da porta de vidro fumê da porta principal, entreabri um pouco mais a grade que a protegia, e sem nenhum titubeio falei:

- Me mostra teus peitos!

Ela ficou assim meio encabulada, desconcertada, sem saber se fugia, ou se me dava na cara.

Mas de pronto aquiesceu ao meu pedido, aguçada pela vontade de viver um prazer de verdade, que devia estar se avolumando dentro dela desde a leitura de alguns contos meus, que ela digitalizou.

Foi abrindo a blusa devagar, deslocando o detalhe da lingerie que deixaria o sutiã cair, e com um ar moleque, quase sacana deu início ao jogo de sedução e pecado que mudaria definitivamente nossa relação.

Com sua blusa arriada e já sem sutiã, vi e gostei aquilo que ela guardava com tanto pudor, duas belas tetas, enormes melões deliciosos de bico moreno, empinados bem a frente de um coração ardente que aquela altura já se comunicava saltitante com sua genitália.

Nesse instante, senti que seu corpo já havia correspondido ao ato, e certamente sua vulva, seus lábios pubianos docemente envoltos por pêlos dourados, estava molhadinha, encharcada por um líquido doce, a espera da minha boca gulosa, chupando toda sua carne. Estava pronta para receber meu pau entrando e saindo da sua bucetinha em movimentos delicados, imaginei.

- Posso tocar? - falei sobre o que via, a maravilha daqueles seios à mostra.

A resposta veio com um vagaroso passo a frente em meio ao silêncio, aproximando seus peitos das minhas mãos, desejosas por masturbá-la naquela noite de verão.

Mas não, apenas toquei seus seios, e acariciei com leves movimentos o biquinho duro que despontava daquele volume sedutor.

Aos poucos notei que ela foi ficando gelada, suando frio, quase que desmaiando ao alcance dos meus braços. Certamente estava gozando, e se certificado que era possível ter um prazer profundamente gostoso sem nenhum remorso pela nossa diferença de idade.

E fui beijando seus ombros desnudos, vindo por trás e levantando com as mãos seus cabelos molhados, passando a língua e mordiscando a sua orelha, indo e vindo na direção dos seios quentes, belo pecado que pude desfrutar e mamar com sofreguidão.

E com os mesmos movimentos rápidos apertei de novo seu biquinho, lambi e mamei com minha língua áspera tudo aquilo que podia, passando as mãos por entre as suas pernas, afagando sua xoxota, doido para ter com ela uma longa noite de amor.

E assim fui repetindo, tornando a passar as mãos nos biquinhos e a boca mamando sem parar seus peitos, dando mordidelas rápidas sem machucar, corpo grudado no seu, fazendo-a sentir o pulsar do meu caralho quente, membro ereto que ela poderia ter ao alcance dali para frente, quando e pelo tempo que desejasse.

Tanto foi meu desejo, minha ansiedade por aquele momento que gozei ali mesmo, em pé, sem nenhum controle, sem nenhuma penetração.

Quando ultrapassei aquele infinito momento de gozo, dei-lhe um abraço forte, certo que ela tinha gozado também, e ofereci-lhe meu pedido de desculpas por aquele momento de ousadia, em que tínhamos correspondido aos nossos anseios, num comportamento à altura do respeito e da amizade que aquela singela relação nos fazia impor.

Sem responder ela fechou o sutiã, recompôs a lingerie e cobriu-se com a blusa rosa que estava vestindo quando chegou.

Ato contínuo sentou-se na cadeira do escritório, e abriu a tela do meu computador privado.

Daquele momento em diante nossa amizade não seria mais a mesma, e ela não precisaria mais viver sozinha as fantasias que assistia, pois tinha em mim o companheiro para navegar seu corpo, sua intimidade, seus sonhos e pensamentos eróticos, desfrutando de tudo aquilo que internet lhe fizesse querer.

Foi assim por muito tempo esse aprendizado.

Hoje quando a vejo nas capas de revista, na tela da tevê, sinto que fui o responsável por transformá-la na cantora sertaneja de sucesso, nessa mulher safada, forte e segura, que desfruta de tudo aquilo que o dinheiro pode dar, mas que naquele tempo precisou de um erro digital para chegar mais perto da fama e do poder que hoje invadem o universo da sua música, contando um pouco do mundo do prazer que vivemos juntos.

BOB DEVASSO

Feliz Sem Idade - Neoguru Birya Sancho
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